O autismo é um transtorno que se apresenta na infância e compromete a comunicação, a imaginação e a interação social da criança. O maior desafio das crianças autistas é exatamente a integração social, e os muitos mitos acerca do autismo não facilitam a sua aceitação na sociedade.

Antes de questionar tais mitos, vamos entender um pouco mais sobre o autismo, o que é e como interfere na comunicação das crianças.

O desafio da comunicação

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) carece de maiores explicações médicas para seu aparecimento até hoje, mas tem sido definido como uma síndrome comportamental resultante de um quadro orgânico.

O TEA afeta crianças de diferentes maneiras, basta observar a capacidade de comunicação de cada uma delas para essa variação ficar clara.

Há casos mais leves, em que a criança, apesar de exibir dificuldades de interação social, não apresenta atrasos significativos na linguagem. Há também casos mais severos, em que a criança exibe obstáculos linguísticos significativos que comprometem sua sociabilidade.

Atualmente, o grande número de pessoas com autismo encaminhadas para centros fonoaudiológicos se deve a esses distúrbios de linguagem, considerados um dos principais sintomas do autismo.

O fonoaudiólogo é responsável por desenvolver a capacidade de comunicação da criança, proporcionando assim a sua integração na sociedade.

Mitos do autismo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil.

Apesar de relativamente comum, a disseminação de mitos acerca do autismo solidifica preconceitos e marginaliza essa parcela da população.

Confira a seguir 10 mitos do autismo e a verdade por trás deles:

  1. O autismo é um problema psicológico

O autismo não está ligado a vivências psicológicas da infância, mas a uma alteração no desenvolvimento do cérebro que se inicia durante a gravidez.

  1. O autismo pode ser causado por vacinas

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), não há nenhuma comprovação científica que ligue o transtorno do espectro autista à vacinação. Essa relação surgiu após um estudo realizado em 1998, mas que já foi refutado por vários especialistas.

  1. Crianças autistas não são carinhosas

As crianças autistas sentem afeto como todas as outras, mas podem apresentar dificuldades para demonstrá-lo.

  1. Crianças autistas não gostam de contato físico

Grande parte de crianças autistas não gosta de contato físico, mas não é o caso de todas elas. Como dito anteriormente, o TEA afeta cada criança de uma forma diferente, por isso generalizações devem ser evitadas.

  1. A causa do autismo está na família

Embora muito importante no seu desenvolvimento, a dinâmica emocional familiar não é elemento suficiente em si mesmo para justificar o aparecimento do autismo.

  1. Crianças autistas não conseguem se comunicar

Como mencionado anteriormente, o autismo é um espectro. Casos mais leves apresentam dificuldades de interação social, mas são capazes de se comunicar com os outros.

  1. Crianças autistas têm talentos fora do comum

Apenas 10% das crianças autistas apresentam os chamados ‘talentos fora do comum’.

  1. O autismo vem acompanhado de deficiências intelectuais

Algumas crianças autistas podem apresentar deficiências intelectuais, enquanto outras não. Esse é outro caso de generalização.

  1. Crianças autistas são agressivas

As crianças autistas são mais sensíveis, apresentando uma baixa tolerância à frustração. Isso faz com que apresentem uma atitude difícil quando chateadas, mas como qualquer outra criança, ela pode ser reeducada.

  • Crianças autistas não podem frequentar escolas comuns

Na maior parte dos países desenvolvidos, crianças autistas frequentam escolas comuns e convivem com outras crianças.

A discriminação com base na deficiência é assunto recorrente e pauta de convenções internacionais

Para todos os fins legais, pessoas com TEA são consideradas deficientes no Brasil e a discriminação contra elas é um crime. É importante que todas as pessoas autistas e seus familiares tenham ciência de seus direitos.

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