Segundo dados da Associação Brasileira de Gagueira (Abra Gagueira), a gagueira afeta 8 milhões de crianças e 2 milhões de adolescentes e adultos. A disfunção da fala afeta cerca de 5% das crianças. O resultado dessa condição muitas vezes resulta em preconceito e bullying, o que acaba apenas agravando seus sintomas.

Por isso mesmo o estigma social acerca desse distúrbio deve ser abordado. Para minimizar os impactos psicológicos sobre o paciente, a conscientização da população sobre o que é a gagueira e suas causas se faz necessária. Para saber mais sobre esse distúrbio da fala, continue lendo…

Mitos sobre a gagueira

Antes de explicarmos o que é a gagueira, devemos primeiramente desmistificá-la. Confira a seguir alguns mitos e verdades:

MITO: “É normal crianças gaguejarem.”

A criança pode apresentar uma certa disfluência na fala até os 5 anos que é considerada normal. Porém, ao notar os primeiros sinais de gagueira, procure um especialista.

MITO: “A criança gagueja para chamar a atenção dos pais.”

A criança não pode gaguejar para chamar a atenção pois a gagueira não é um comportamento voluntário. Portanto, deve-se assumir que a gagueira é sempre genuína e procurar tratá-la.

MITO: “Nervosismo, ansiedade, insegurança, timidez e baixa auto-estima causam gagueira.”

A gagueira não é causada por fatores psicológicos, mas eles podem agravá-la. Essas características podem, inclusive, ser consequências de vivências comunicativas frustrantes causadas por esse distúrbio.

MITO: “Pessoas com gagueira nunca gaguejam ao cantar ou representar um personagem no teatro.”

Boa parte das pessoas que gaguejam não o fazem ao cantar ou representar, no entanto podem encontrar dificuldades para iniciar essas atividades. Isso acontece porque o cérebro processa essas formas de expressão verbal de maneira diferente da fala, pelo sistema pré-motor lateral, que tende a estar preservado em pessoas que gaguejam.

MITO: “Pais de crianças que gaguejam são os principais responsáveis pelo distúrbio do filho, pois a gagueira resultaria de uma educação repressora e recriminadora.”

A gagueira é um distúrbio neurobiológico que não pode ser causado pelo comportamento dos pais. Apesar de não serem capazes de impedir o distúrbio de se manifestar, os pais podem evitar que se agrave. Por isso é necessário conscientizá-los sobre a gagueira.

O que é a gagueira infantil?

Por muito tempo a gagueira foi considerada uma doença emocional. Porém, por ser involuntária, a teoria de que esteja diretamente relacionada às emoções de um indivíduo foi descartada.

A gagueira trata-se de um distúrbio neuroquímico que afeta as estruturas pré-motoras da fala. Ela é caracterizada por repetições (sons, sílabas, palavras, frases), prolongamentos de som, blocos, interjeições e revisões, que podem afetar a velocidade e o ritmo da fala.

Geralmente origina-se na infância, em crianças em torno de 2 anos e meio de idade. 95% dos casos de gagueira se manifestaram até os 5 anos de idade da criança.

Apesar de não estar diretamente relacionada às emoções, problemas na fala podem ser agravados por fatores emocionais como ansiedade.

Como parar de gaguejar?

A gagueira deve ser tratada por um profissional de saúde especializado. A partir de uma avaliação completa da fluência da fala do paciente, assim como fatores de linguagem e componentes emocionais, o profissional poderá indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.

Algumas das técnicas utilizadas para o tratamento de gagueira são:

Diminuição da taxa de articulação
Aumento do uso de pausas
Suavização dos movimentos articulatórios
Aumento da melodia
Maior uso de gestos durante a fala

A duração do tempo de terapia vai depender da intensidade da gagueira e da presença de outros distúrbios, entre outros fatores.

Um acompanhamento multidisciplinar, com um fonoaudiólogo e um psicólogo, é extremamente efetivo no seu tratamento.

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